serys continua...........

09-02-2011 14:31

 
 
30/01/2011 - 12h15
Serys: “Meu mandato termina, mas eu sigo na política”
Edilson Almeida
Redação 24 Horas News



Depois de enfrentar uma eleição confusa, de intenso conflito interno, Serys Slhessarenko encerra nesta segunda-feira, dia 31, um período de 20 anos como parlamentar - três mandatos como deputada estadual e um como senadora da República. Na bagagem, o respeito e a certeza de que a política está no sangue e a história vai continuar.

 

A advogada e professora Serys Slhessarenko, 65, do Partido dos Trabalhadores, exercerá nesta segunda-feira, dia 31, seu último dia como parlamentar. Depois de 20 anos de mandatos, a parlamentar dá uma parada depois de tentar, sem êxito, uma eleição a deputada federal dentro de um cenário desfavorável, de amplo conflito dentro da sigla com o deputado federal Carlos Abicalil, que ambicionava chegar ao Senado Federal. Briga que resultou em um PT menor – ao contrário do que deveria ser. Acabou? Não! “Meu mandato termina, mas eu sigo na política, com muita firmeza. Afinal, faço política com "p" maíúculo. Disso tenho certeza” – declara.

A rigor, a parlamentar não trata objetivamente sobre o que vai fazer a partir do dia 1º de fevereiro. Diz que tem agenda lotada até abril, com diversos compromissos no Brasil e no exterior, seja na área de defesa da mulher como também no meio ambiente, com ênfase na questão climática, como também no trabalho pela paz. Inclusive, deveria terminar o mandato como conferencista no Egito – evento que acabou sendo cancelado por conta da instabilidade política no Oriente Médio.

A Prefeitura de Cuiabá em 2012 é uma possibilidade. Ela não nega, mas também não diz que sim. Lembra apenas que sempre tratou a questão envolvendo a Capital como prioridade e remete qualquer decisão para as discussões internas do Partido dos Trabalhadores.  “Tenho sido procurada por muita gente, que deseja ver uma mulher, com experiência e sensibilidade, administrando essa cidade com compromisso ético. Mas vamos ver isso mais a frente” – diz.

A possibilidade de ocupar um cargo em Brasília, no Governo da presidente Dilma Rousseff ou mesmo em Mato Grosso, com Silval Barbosa, ainda é uma incógnita. Serys diz que não discutiu nenhuma hipótese por entender que precisava, antes de tudo, encerrar o mandato. “Podem até me chamar de ingênua, mas eu não faço política assim. Termino o meu mandato como senadora da República. Agora vamos ver o que acontece. Antes disso, é carreirismo” – enfatizou.

"O PT hoje está menor porque não se respeitou a históriade como esse partido foi construído no Estado, na base da luta e do sacrifício, dos processos ideológicos e da esperança, nunca de favores ou cargos"

Duas vezes coordenadora da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional, Serys revelou que, entre as primeiras conversas sobre o seu futuro, logo após as eleições, chegou a lhe ser proposta uma espécie de rodízio para mantê-la em Brasília, aproveitando sua experiência parlamentar e política. Ela, porém, se recusou. “Não aceitei nem abrir o debate” – frisa. “Poderia ficar um ano, um ano e meio exercendo o mandato de deputada federal por força desse rodízio. Mas me recuso. Isso é solapar a vontade do eleitor com artifício. E se é assim, não contem comigo para isso...”.

A rigor, para Serys sabe que para viabilizar qualquer projeto dentro do PT será uma tarefa no mínimo gigantesca. Por conta dos rescaldo eleitoral, a parlamentar vive problemas sérios, juntamente com o seu grupo dentro da sigla. Daqui a pouco,  ela deverá enfrentar um processo de expulsão, acusada de infidelidade partidária por não ter pedido votos para Carlos Abicalil, deputado federal - que encerra o mandato encostado em um cargo de terceiro escalão no Ministério da Educação, em Brasília.

 

Na campanha Serys tratou Abicalil como uma espécie de algoz por ter armado todo um projeto – baseado no fortalecimento  de grupo dentro do partido – para tirar dela a possibilidade de disputar a reeleição. Antevendo a possibilidade de ganhar a vaga ao Senado, o grupo do parlamentar tratou de fritar a senadora em todos os níveis, ao ponto, segundo ela, de chegar à discriminação política.

“Eles (Abicalil e seu grupo) têm maioria no partido. Construíram essa maioria sabe lá Deus como, mas o fato é que têm. Se for do desejo deles, pode ser até que consigam. Mas já digo: não vai sair barato. Tenho uma história e o PT hoje está menor porque não se respeitou a história. Não só a minha história, mas a história de como esse partido foi construído no Estado, na base da luta e do sacrifício, dos processos ideológicos e da esperança, nunca de favores ou cargos” – alfinetou.

Alias, Serys é taxativa quanto a isso ao avaliar o resultado das urnas e também a atual situação do partido no Estado; “Os problemas que existem no PT se dão pela falta de leitura da história do partido por um determinado grupo.  A democracia do PT não pode ser entendida como “patrolamento” das minorias. E foi o que fizeram: construíram um partido nos moldes tradicionais apenas para o exercício do poder. Estarei  na política para ver esse modelo minguar”.

Apontada como um dos grandes ícones da política de Mato Grosso, seja pela longevidade, seja pela forma como conduziu  sua vida pública, Serys deixa o Senado Federal da forma que não desejava. Ela diz que preferia sair por uma decisão dos eleitores e não com a “cassação” imposta pelo PT a partir da decisão do grupo majoritário, liderado por Abicalil. Ela não esconde o ressentimento. “Eu tinha o direito, até pela minha história, de ser avaliada pelos eleitores. Cassaram o meu direito e fizeram mais: cassaram o direito do povo” – diz, com efeito.

"Eu trato política com seriedade e não como um negócio. Saio do meu mandato da forma como entrei: com dignidade.

Por isso mesmo, ela evita fazer uma avaliação sobre os últimos 8 anos como senadora. “Quem tinha que dizer se fui bem ou mal era o eleitor. Então não posso dizer se fui bem ou mal. O que eu posso dizer sobre isso – ela acrescenta – é que foi um mandato de muita aceitação, muito respeito e muito trabalho”. Serys cita, como exemplo, a avaliação foi feita pela ONG Transparência Brasil, que a colocou entre os 10 melhores senadores do Brasil – sendo a única mulher.

 

Serys contabiliza ainda vários prêmios e títulos recebidos no Brasil quanto no exterior, na defesa da mulher, do meio ambiente, das minorias e pela paz. Mas, existe um que passará a história: a de ter sido a primeira mulher a presidir sessões do Congresso Nacional, que reúne deputados federais e senadores. “É um feito maravilhoso, de grande relevância, porque desde a instalação da República, em 15 de novembro de 1889, é a primeira vez que uma mulher assume essa função. Foram cinco sessões pesadas, em que se discutiu temas relevantes de interesse dos estados e das bancadas e que conseguimos conduzir e chegar a bons entendimentos” – salienta.

 A senadora conta que fez a opção por ser senadora da Republica, discutindo temas importantes para o povo brasileiro. “Só de minha autoria estão ai mais de uma centena de projetos. Alguns premiados nacionalmente como o que tipifica o crime organizado e ajuda a Justiça a penalizar os criminosos, como forma de proteger a sociedade” - frisa. Ela cita a luta pela igualdade salarial entre homens e mulheres como uma das mais difíceis. “Atuei em mais de 200 relatorias. A última, todos devem se lembrar, foi o Orçamento da União – que é a peça mais importante da administração pública federal, que mostra onde vai estar o dinheiro do contribuinte. Fora isso, sempre estive presente nas bases” – ela observa.


"Ainda acredito que vamos vencer os maiores desafios, que é a vantagem, a corrupção, o toma-lá-dá-cá, enfim. Isso parece algo ingênuo, mas eu não posso admitir pensar política de outra forma que não seja assim. E até para que isso aconteça, não tenho o direito de me refugiar na aposentadoria da vida pública"

 

Serys Slhessarenko
 
Comentários:
Israel Nolasco Filho - 03/02/2011 10:25:00
SERYS MARLY! FAZ DAS MINHA PALAVRAS QUE MINHA AMIGA COLOCOU A 1ª A RELATAR A VERDADEIRA HISTORIA DESTA QUE NOS FRINGIR DOS OVOS SEMPRE NEGOCIO SUAS GRITARIAS. ELA FARÁ UMA REFLEXÃO QUE JAMAIS CHEGARÁ A LUGAR ALGUM, SE NÃO SER CUMPLICE PARCEIRA DE QUEM A AJUDOU..E NÃO VIRAR AS COSTAS!
João de DEUS - 31/01/2011 19:53:00
Com certeza quem ganhou com isso foi o povo, sanguessuga dos cofres públicos, já está indo muito tarde...vai dar aula senhorinha.
Manoel Alcântara - 31/01/2011 19:47:00
Sei que esse site é ferrenho defensor da Serys e veta as opiniões contrárias. Muitos dos meus colegas postaram opiniões mostrando a verdadeira cara da Serys e seus comentários não aparecem. Saibam todos que a Serys é uma traira, uma burguesa e perdeu o respeito do povo que a elegue várias vezes. Ela simplesmente está colhendo o que plantou ao longo de sua carreira, especialmente nesses últimos 8 anos. Ela se cercou de uma burguesia podre, conchavou com os políticos mais corruptos do Senado, esqueceu totalmente a militância e preopcupou-se apenas em favorecimento próprio e de seus asseclas... esses mesmos ue estão aí bajulando a dita cuja. Serys...nunca mais!!!
alessandro freitas - 31/01/2011 19:02:00
parabens senadora serys vc merece todo elogio , se não fosse esse tal de abicalil invejoso vc estaria nos representando
afonso karabakian pereira - 31/01/2011 18:25:00
nossa querida serys vamos em frente o nosso mair algóz esta sepultado, me lembro de um velho ditado que meu pai sempre dizia. quem com ferro fére, com ferro sera ferido. parabens serys.
adão de gois - 31/01/2011 14:32:00
Não adianta se lamentar agora o erro foi de todos no partido. Em quanto aos nomes do nosso PT São todos excelentes. So faltam deixar de lado o Egoismo e colocar o pe no chão e por a estrela no peito.
Dagmar - 31/01/2011 13:09:00
Quem perdeu em nao ter a Serys no parlamento brasileiro foi o povo e o PT. Infelizmente pela incompetência do própio partido. Serys, vai em frente, a luta continua e sua liderança te colocará com mais força ainda no cenário político.
LUIZ PINHEIRO - 31/01/2011 11:28:00
Como membro do mesmo partido de Serys, lamento profundamente o que lhe aconteceu nas últimas eleições. A culpa foi do Senhor Abycalil, que manipulou o diretório regional para fazer umas prévias para a escolha do candidato ao senado do partido. Serys por direito era a dona na vaga. Infelizmente a safadeza do diretório regional do PT é tão grande, que está se jogando sobre uma grande companheira a culpa pelo desastre provocado por Abycalil.
MAGNO - 31/01/2011 10:52:00
A SERYS TEVE 78.543 VOTOS, E NÃO FOI ELEITA. JULIO CAMPOS TEVE 72.560, NILSON LEITÃO TEVE 70.958 E ELIENE LIMA TEVE 66.482 VOTOS E FORAM ELEITOS. ISTO É UM SISTEMA ELEITORAL JUSTO, CREIO Q NÃO. POR ISSO Q NUNCA TEREMOS REFORMA NO SISTEMA ELEITORAL POIS MAIS DA METADE DOS DEPUTADOS FEDERAIS "ELEITOS" NO PAÍS NO CONGRESSO FOI DE FORMA INDIRETA.
MAGNO - 31/01/2011 10:44:00
O BRASILEIRO ESQUECE Q SERYS NÃO FOI ELEITA POR CAUSA DO SISTEMA ELEITORAL (VOTO DE LEGENDA). SE NÃO FOSSE POR ISSO ELA ESTARIA ELEITA. POIS FOI A 6 DEPUTADA MAIS VOTADA EM MT, OU SEJA DAS 8 VAGAS DISPONIVEL ELA ESTARIA ELEITA SE NÃO FOSSE ESTE SISTEMA ELEITORAL ARCAICO.
Jairiele Rocha - 31/01/2011 09:31:00
Talvez devemos analisar se a dita "maioria" do PT é competente para dirigir o partido. Por falar em respeito...como alguns mencionam, a turminha que "compra" eleição interna não merece respeito...Serys deve continuar na vida publica por conta da sua competencia e respeito..
Eduardo Neves - 31/01/2011 08:33:00
Parabéns serys, por ser essa grande mulher batalhadora e por levar a sua vida pública com seriedade e ética.
André - 31/01/2011 08:24:00
Concordo com a Regina, se ela fosse tão boa assim, pelo menos se elegeria como Deputada Fedral que eram 8 vagas. Agora se nem isso ela conseguiu, quem diria SENADORA. Faça-me o favor!!! Já vai tarde mesmo. Mas antes tarde doque nunca.
Franco - 30/01/2011 23:07:00
Com certeza, Mato Grosso saiu perdendo quando não elejeu a Senhora Serys.
Anita Bebe Santos - 30/01/2011 21:13:00
Cara companheira Regina Rocha, a senadora deve culpa sim, sua culpa foi se preocupar com a população mato-grossense sem perceber que a serpente rondava seu ninho, ninho esse que ela ajudou a consolidar, sua trajetória é louvável e exemplar a todas as mulheres brasileira, quem dera vc fizesse algo alem de negar ao esta posto em sua face. Serys é a maior representação feminina de Mato Grosso. e isso camarada tem que ser respeitado.
paulo - 30/01/2011 20:55:00
Parabens SERYS ... vc foi uma ótima senadora ,conte sempre com meu voto...
Joana Pacheco - 30/01/2011 16:11:00
A não eleição da senadora Serys representa, verdadeiramente, um passo atrás da política de Mato Grosso e uma derrota imensa ao PT que ela ajudou a construir com muitas lutas. COmo servidora pública, esperamos que essa mulher seja valorizada pela forma como faz política. E concordo que seja com "p" maiusculo - coisa que muitos que nasceram homens não conseguem fazer
Regina Rocha - 30/01/2011 14:46:00
Ela esqueceu de um item elementar numa disputa política democrática: "Respeitar a vontade da maioria". Se hoje o PT está menor, ela tem no mínimo 60% de responsabilidade, pq foi ela q expôs o partido a uma situação vexatória e jamais vivida na sua história. Os 20 anos de sua trajetória de nada valeram, pois caso contrário, ela saberia respeitar a vontade da maioria. Essa mulher já vai tarde. Espero q esse site oficial da Serys, poste minha opinião.